Por que doar sangue

Todos os procedimentos médicos que demandam transfusão de sangue precisam dispor de um fornecimento regular e seguro deste elemento. Daí a importância de se manter sempre abastecidos os bancos de sangue por meio das doações, que não engrossam nem afinam o sangue do doador. É fácil e seguro, e não se pode mentir nem omitir informações, pois quem recebe o sangue pode ser contaminado.



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Mesmo com campanha, Hemoacre não registra doadores de medula

Meta anual de 200 cadastros nunca foi atingida.
Desde 2009, apenas 600 cadastros foram realizados
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A campanha promovida no último dia 24 pelo Hemoacre para estimular a doação de medula óssea não conseguiu sensibilizar a população do Acre. De acordo com a gerente de captação de doadores da instituição, Marlice Aquino, nenhum voluntário se cadastrou como doador no mês de janeiro.
Marluce Aquino atribui a ausência de doadores à falta de informação. "Algumas pessoas confundem medula óssea com espinhal e acham que podem ficar paralíticas se fizerem a doação. Outras ainda acham que podem doar após o óbito, mas doação de sangue e medula só podem ser realizadas se o doador estiver vivo", explicou.

Segundo a gerente, a população acriana precisa se dar conta da importância de fazer parte desse cadastro, pois, a probabilidade de se encontrar um doador dentro de uma mesma comunidade é muito maior por causa das características genéticas potencialmente similares. "A probabilidade de se encontrar um doador compatível com um paciente que precise de transplante já é de um para cem mil cadastrados. Porém, a chance de encontrar aqui no Acre um doador compatível com um paciente também do Acre é maior", explicou.

Em uma população como a do Acre que possui mais de 700 mil habitantes seria necessário contar com ao menos sete mil pessoas cadastradas já que mesmo entre membros da família a chance de se encontrar um doador de medula óssea compatível é muito pequena. Desde 2009 quando foi iniciada a campanha até 2013 apenas 600 pessoas se cadastraram e a meta de 200 cadastros por ano estipulada pelo Ministério da Saúde nunca foi atingida.

Como se tornar um doador
Para se cadastrar o voluntário precisa ter entre 18 e 55 anos e estar saudável. No Hemoacre, o candidato tem o sangue coletado para ser enviado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) onde é feito o exame de HLA. Caso o doador seja compatível com algum paciente que faz parte do Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome) o Ministério da Saúde custeia o translado dele e de um acompanhante até um centro de referência onde a doação é feita.

São duas as formas de se doar medula. A primeira é a punção direta da medula óssea, onde uma agulha é introduzida na região da nádega e a quantidade de medula retirada é equivalente a uma bolsa de sangue. O procedimento dura 40 minutos e é necessário o uso de anestesia. Após 24h em observação, o doador é liberado para voltar para casa.

O segundo método é mais demorado. A coleta é feita pela veia através de uma máquina processadora de sangue. O doador recebe durante cinco dias um medicamento para estimular a proliferação de células-mãe. Essas células migram da medula para as veias e são filtradas. O processo dura quatro horas e o doador pode sentir dores no corpo como se estivesse gripado.

Apesar de complicado, a doação de medula é a única chance de cura para doenças como a leucemia e a aplasia de medula óssea. "A doação de medula é a única forma de cura. Por isso o ideal seria se toda a população fosse cadastrada já que a demora em achar um doador faz com que muitos pacientes morram", enfatizou Marluce Aquino.

Os interessados em se cadastrar podem entrar em contato com o Hemoacre. O centro está localizado na Avenida Getúlio Vargas, 2.787, Vila Ivonete. O telefone do setor de captação de doadores é (68) 3228-1494.

Em janeiro não houve cadastro de doadores de medula óssea (Foto: Yuri Marcel/G1)

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